sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Rito dos Nove Ângulos


Anton Long
Ordem dos Nove Ângulos
Tradução por Diabolus Shugara
Revisado em 124yf

O rito é o mistério central da alquimia, e guias para ele abundam em literatura alquímica e pseudo-alquímica – e.g. no Scrutinium Chymicum de Maier, O Livro Secreto de Artephius e o Sympneumata de Laurence Oliphant. Os detalhes desse rito são publicados aqui pela primeira vez. O segredo essencial desse rito é a união vinda de dois indivíduos: sacerdote e sacerdotisa que, sobre a terra (que é Gaia) formam um circulo dentro de um tetraedro o qual os cerca completamente (cf. Rosarium Philosophorum – “faça um circulo de homem e mulher”). A união dos dois alcança a Pedra Filosofal – a operação pega lugar no espaço (isto é, 3 dimensões) de acordo com a fluidez do tempo. É essencial para os dois indivíduos serem, em terminologia Jungiana, ‘individualizados’ – isto é, indivíduos que fizeram o magicko ritual de grau de Adepto Interno (o qual a Golden Dawn representou mal com o então chamado conhecimento e conversação com Sagrado Anjo Guardião e o qual é equivalente ao processo alquímico da putrefação) e o ritual de Adepto Interno (o qual em sua forma genuína envolve o candidato vivendo em isolação por muitos meses), talvez seja considerado como preparação necessária para o Rito dos Nove Ângulos.
Somente através da fêmea são as forças representadas pelas três substâncias alquímicas e suas nove combinações capazes de serem reveladas em um modo físico (cf. Sympneumata de Oliphant, pg. 101 f) e a despeito para muitas alusões para o contrario o rito real requer indivíduos desde que de outro modo a Pedra Filosofal não é possível. O rito existe em duas formas: a ctônica e a natural. A ultima é feita no solstício de verão, em uma clareira consagrada onde as energias de Gaia são pronunciadas. Usualmente, a clareira forma um circulo e o tetraedro (símbolo dos Nove Ângulos) é construído astralmente pelo uso de um canto esotérico após os indivíduos terem se identificado com as forças envolvidas. Assim, a fêmea representa Gaia e outros, e o macho aquelas forças normalmente simbolizadas pelo Sol. Unidos, através do ato de união, eles tornam-se o Portal e alcançam na dissolução passada o circulo das forças, a própria Pedra. Esse alcance, e a dissolução, são inteiramente empáticos e não dependem de qualquer forma de palavra, gesto, ritual ou conhecimento de qualquer espécie que seja, e é a empatia que os indivíduos possuem com seus arredores e as forças que faz o rito bem sucedido. Tal empatia é a única meta do ritual de grau de Adepto Interno, e certamente a própria iniciação, e para a forma natural do rito dos Nove Ângulos essa empatia se aproxima do ‘Wu-Wei’ Taoista. A consciência induzida se o rito é feito corretamente é uma representação da Pedra Filosofal, e tal consciência altera de um modo profundo as vidas dos indivíduos envolvidos, e, algumas vezes, o mundo também, através de ‘mimesis’.
A forma ctônica é conduzida dentro de um circulo de pedras (usualmente o número é nove), no Solstício de inverno, o tetraedro estando no centro do circulo. Esse tetraedro é feito de uma pedra preciosa e a vibração, pelos participantes, de um canto secreto, produz mudanças no cristal similar ao modo que luz produz mudança em uma célula foto-elétrica. De acordo com uma tradição autoritativa, o melhor material para o tetraedro é quartzo (cristal de rocha) e o canto a repetição da frase vibrada: Binan ath ga wath am. Essa vibração é análoga, em profundidade de tom, a um canto Budista Tibetano. Quando o tetraedro reage (e quanto maior ele é, menor o tempo de reação) a união começa. As mudanças induzidas por essa versão do rito são ‘lunares’ – isto é, causal e diretiva. Em muitos aspectos, a forma ctônica é mais poderosa, mas é também muito perigosa para os indivíduos envolvidos. Essa forma do rito é basicamente uma chamada aos Deuses Sombrios e não é para ser tentada sem motivo. Tipicamente, Aleister Crowley interpretou mal esse rito. De um essencialmente ritual hermético ele fez o pseudo-mistico IX* da O.T.O., distorcendo a empatia dos participantes por insistir em conhecimento tântrico e usando palavras e formas convenientes ao Velho Aeon. A mágica do Novo Aeon é pré-eminentemente a mágica de Pensamento (isto é, destituída de palavra e ‘conhecimento esotérico’). Crowley provavelmente conhecia a verdade, e dava boas risadas daqueles que acreditavam em sua versão.

 Ordem dos Nove Ângulos

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