quarta-feira, 18 de maio de 2016

A Alquimia Proibida

 
Uma Introdução a Magia Negra Esotérica
ONA (Apêndice ao
Naos)

A alquimia genuína tem duas formas básicas: primeira, a exploração a respeito da transformação de matéria; e, segunda, a psicológica - mágicka. O segredo da primeira forma é a interação entre o alquimista e a substância passando por transformação por meios químicos ou outros. Isto é, o alquimista de modo sutil (‘Oculto’) ajuda as transformações sendo um Elixir de Imortalidade. Para o alquimista seguindo essa forma de alquimia, a mudança dos ‘metais base’ em ouro era somente um estagio no caminho para a meta derradeira.

A segunda forma de alquimia é a respeito da mudança do alquimista – e isso requer que se sigam certos procedimentos específicos e frequentemente complicados. A meta aqui é ‘adeptado’: a emergência de um novo indivíduo das cinzas do velho. A meta derradeira ainda é a ‘Imortalidade’, mas uma diretamente alcançada, ao invés de como na primeira forma, a criação de um “Elixir” o qual é tomado pelo alquimista após um período de tempo. A natureza exata dessa ‘Imortalidade’ foi objeto de muita especulação.

Dois aspectos desse segundo tipo de alquimia – a ‘alquimia proibida’ – tem se descoberto nos últimos cem anos ou mais. Entretanto, esses dois aspectos – cruciais como eles são para a genuína Arte esotérica – são somente uma parte do sistema proibido.

O primeiro desses a receber atenção foi o elemento sexual que está envolvido no alcance da meta colocada. O segundo é o ‘psicológico’ onde os processos, métodos e símbolos são entendidos (por ex., Carl Jung et al) como representando o esforço geralmente inconsciente da psique individual por ‘integridade’ ou ‘individualização’.

Na realidade, a alquimia proibida era uma ciência aprimorada (ou um modo de vida pratico como alguns preferem dizer) o qual por um longo período de tempo veio a reconhecer que para alcançar a meta colocada de Imortalidade e/ou Adeptado Oculto/Mágicko, era necessário não somente simbolizar certas energias naturais e certos estados de ‘existência’, mas também empregar em certos estágios um elemento sexual prático. 

Essas ideias – desenvolvidas na Idade Média e passadas em alguns dos que são agora textos alquímicos famosos – eram uma continuação de ideia anteriores: particularmente aquelas de algumas das escolas de mistério da Grécia Antiga. No tempo em que os textos foram escritos, a Europa Ocidental estava sobre o jugo totalitário da igreja Nazarena, e parte da razão para a obscuridade dos textos era por causa que as ideias básicas eram heréticas – o desejo de obter Imortalidade independente de ‘Deus’, e a natureza sexual de alguns dos trabalhos. O resto da obscuridade foi devido a: (a) a natureza complexa das ideias, com uma confusão de ‘teologias’ e (b) um desejo deliberado de fazer os textos esotéricos, onde os segredos poderiam ser revelados para Iniciados de confiança ou aqueles já suficientemente esclarecidos (isto é, livre da tirania mental da crença Nazarena) para alcançá-los intuitivamente. 

A visão mantida em alguns círculos em anos recentes da alquimia como uma espécie de ‘tantra ocidental’ é desencaminhadora e incorreta, assim como é a crença que ela era um sistema puramente ‘psicológico’ – enquanto oposto ao pratico. A visão anterior ignora: (i) a significância vital do simbolismo (alguns do qual é puramente abstrato e não ‘simbólico’) em fazer possíveis avanços em pensamento e entendimento; e (ii) os estágios além daqueles envolvendo atividade sexual. A visão posterior ignora (ou ainda, mal interpreta) a importância não somente dos aspectos práticos, mágickos, mas também o fato que a alquimia proibida era essencialmente um sistema de auto-experimentação no mundo real, envolvendo o alcance de metas e tarefas especificas. Isso, junto com os aspectos sexuais, faz esse caminho muito diferente do interno e contemplativo, que floresceu em certas instituições Nazarenas.

As ideias fundamentais da alquimia proibida continuaram a ser desenvolvidas com o passar de décadas e séculos após os MSS preliminares serem escritos, e a tradição que se desenvolveu foi passada de mão em mão na maior parte por Adeptos solitários. Essa tradição pode ser dita ter alcançado seu clímax no ‘Caminho Septenário’. No Caminho Septenário as ideias fundamentais tem sido clarificadas e refinadas tão bem quanto estendidas, e o próprio Caminho é um sistema pratico destituído de dogma e misticismo. Ele era, até muito recentemente, genuinamente esotérico. 

As ideias fundamentais desse Caminho ou ‘Alquimia Interna’ podem ser brevemente colocadas:

1) No desenvolvimento de auto-entendimento, tão bem quanto no entendimento de forças naturais e ‘ocultas’, um simbolismo abstrato é importante: tal simbolismo permite não somente compreensão daquelas áreas (da consciência, por exemplo) normalmente não responsáveis pelo pensamento (e assim controle e desenvolvimento consciente) mas também desenvolve novas áreas da consciência. 

O simbolismo abstrato é de dois tipos; o primeiro sendo a septenária ‘Arvore de Wyrd’ com as correspondências associadas com cada esfera e os caminhos conectando aquelas esferas; o segundo sendo os símbolos abstratos do Jogo Estelar. O primeiro tipo é um desenvolvimento do simbolismo alquímico ‘tradicional’, enquanto o segundo é um desenvolvimento inteiramente novo, e um que contém o total do primeiro.

Esse primeiro tipo capacita, no nível pratico, a exploração e assim integração/transcendência das áreas escondidas/inconscientes/ocultas de nossa própria consciência e o cosmos. Isto é, em efeito, um aprendizado mágicko e alquímico e envolve trabalho pratico com os símbolos – um ritual mágicko, por exemplo, sendo o uso de símbolos específicos representando certas energias ocultas ou mágickas. 

O segundo tipo leva o indivíduo além disso – em direção do próximo estagio de nossa evolução consciente com o desenvolvimento de níveis superiores de consciência e novas introspecções.

2) O trabalho pratico envolvido é dividido por conveniência em sete estágios. Vários desses estágios envolve o indivíduo (o ‘alquimista’) em encontrar e trabalhar com uma companhia do sexo oposto, alguns dos trabalhos sendo de natureza sexual. Isso é uma exploração da consciência: uma confrontação com o anima/animus e outros.

Cada um desses sete estágios é representado por um Ritual de Grau – uma série de tarefas, trabalhos e rituais que desenvolvem auto-introspecção e entendimento em geral, e que aumentam as habilidades ‘ocultas’ do indivíduo. Por seguir os estágios progressivamente, empreendendo o Ritual de Grau apropriado, o indivíduo alcançará introspecção e ultimamente Sabedoria: a ‘Pedra Filosofal’. 

3) O simbolismo da Arvore de Wyrd é derivado das forças/energias representantes do cosmos (e assim cada consciência individual) em termos da dualidade do causal e acausal – as sete esferas da arvore representando o desenvolvimento (ou melhor, a potencialidade inerente em cada consciência individual) não somente em cada consciência individual a partir do inconsciente através do ‘ego’ e ‘self’ para adeptado e além, mas também a evolução do próprio cosmos, em termos de sua própria ‘consciência’ ou Ser.

Nos primeiros estágios, o causal é frequentemente considerado como um aspecto ‘racional’ da psique individual, o acausal como os aspectos ‘inconscientes’ ou mágickos. A meta dos primeiros estágios do Caminho é por o indivíduo a experimentar (e desenvolver) ambos e uni-los, alcançando a transcendência. 
O que é importante compreender sobre o Caminho Septenário é que ele é um sistema completo e prático, destituído de dogma e mistificação, o qual capacita qualquer indivíduo, se eles possuírem o desejo necessário, alcançar adeptado e além. Ele é um Caminho único e esotérico o qual, enquanto firmemente enraizado no genuíno esoterismo do Ocidente, é apropriado para o século vinte e um e além: por exemplo, o Jogo Estelar contém, em seu simbolismo e técnicas, toda a sabedoria da alquimia, magia e o ‘Oculto’ em geral tão bem como sendo uma ponte para o futuro. Ele é, em essência, uma nova forma de linguagem – e enquanto essa nova linguagem, para alguns, pode ser difícil de aprender no começo, ela abre novas e excitantes áreas, novas possibilidades e novas dimensões. Para encurtar, ele eleva nosso Ser, estendendo nossa consciência.

As tarefas e Rituais de Grau associados com o Caminho Septenário, junto com as correspondências, são dados em detalhes no manuscrito “Magia da Physis – Um Guia Pratico para Tornar-se um Adepto’. A maioria disso será publicado brevemente no livro ‘Naos – Um Guia para Magia Sinistra Hermética’. O resto dessa publicação de ‘Fenrir’ é devotado ao Jogo Estelar. 

Leitores perceptivos entenderão de uma vez porque essa alquimia ‘proibida’ é essencialmente Magia Negra. É simples, é porque ela permite a evolução do indivíduo de acordo com seus próprios desejos em um modo pratico. Sua essência é experiência prática: de energias ocultas/mágickas (causais e acausais – isto é, ‘luz’ e o ‘sinistro’) mas igualmente importante da própria vida. Ela não é um sistema ‘teórico’ destituído de perigo pessoal – ela é elevadora da vida, oferecendo as recompensas dos deuses, causais e acausais (e o que está além de tais opostos - aquilo que pode ser expresso somente por Caos: a origem de Existência e Não-Existência). 

Um breve guia para os sete estágios é dado abaixo. 

1) Empreenda um ritual auto-iniciação sinistra. (Um despertar dos aspectos sombrios/inconscientes)

2) Empreenda trabalhos com esferas e caminhos Septenários. (Começando a fazer essas energias conscientes pelo simbolismo).  

Procure e encontre uma companhia conveniente, e inicie esse indivíduo (O inicio da confrontação do anima/animus). Comece a estudar o Jogo Estelar (As energias são mais objetivadas e manipuladas).

3) Comece a organizar um grupo de trabalho mágicko, com você mesmo como ‘Sacerdote/Sacerdotisa’ e sua companhia como ‘Sacerdotisa/Sacerdote – faça rituais cerimoniais e herméticos de acordo com seus desejos (Isso é uma vivencia do papel de ‘sombra’/’enganador’/magista). Empreenda O Ritual de Grau de Adepto Externo (O inicio de uma consciência do que é além do ‘ego’ e a ‘sombra’).

4) Estude os aspectos esotéricos do Jogo Estelar – magia do Jogo Estelar/aspectos aeonicos etc. (O desenvolvimento de níveis cerebrais elevados tão bem como intimações do ‘self’ e além). 

Continue com o grupo organizado (por pelo menos seis meses). (Desenvolva qualidades pessoais, habilidades e consolide os aspectos do anima/animus). 

5) Prepare-se e empreenda o Ritual de Grau de Adepto Interno. (A emergência do self, durante o ritual, com a auto-introspecção e habilidades Ocultas consequentes. Isso também traz consciência sobre seu Destino único).

6) Estude e use o ‘Jogo Estelar Avançado’. (Níveis adicionais de consciência desenvolvidos). Realização da tarefa do Destino único. (Criatividade – contribuindo com conhecimento/trabalhos artísticos ou ensinando. A realização da potencialidade do self). Prepare-se e empreenda o Ritual de Grau de Entrada do Abismo. (Onde o ‘self’ é destruído, o cosmos entendido sem referencias a dualidades, e a sabedoria alcançada).

O estagio (2) geralmente leva de três a seis meses, o estagio (3) seis meses a um ano. O estagio (4) até um ano. O estagio (5) de um a muitos anos. É o seguimento das tarefas, técnicas etc. de cada estágio em sequência no tempo indicado que traz sucesso.

Tradução por Diabolus Shugara

Revisão AShTarot Cognatus 


- Ordem dos Nove Ângulos -

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