sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Manipulação II



Manipulação II 
ONA 1990 ev



Um dos princípios fundamentais da Magia Negra é o elitismo: a crença que a maioria está abaixo dos iniciados em termos de compreensão, inteligência e habilidade. Isso fornece a base para manipulação - tanto no nível pessoal, quanto no mágicko. 

Geralmente, o novato em Magia Negra desdenha os outros - até e a menos que o seu valor seja demonstrado ou comprovado. No entanto, conforme explicado anteriormente (em Manipulação I), um novato experiente terá aprendido a sutileza da manipulação: raramente a confrontação direta como um modo de manipulação será usada (a menos que uma pessoa ou grupo mereça ser tratado dessa forma: ou caso essa abordagem seja magickamente necessária. Em vez disso, haverá a abordagem "fluindo com"- manipulação sem a pessoa ou pessoas estarem cientes disso. Muitas vezes, essa abordagem é "psicológica"; outras vezes pode ser psíquica (por exemplo, diretamente mágicka) - ou ainda através do carisma do magista que domina a personalidade da(s) pessoa(s) em questão. 

Seja como for, haverá uma arrogância com base na crença da própria superioridade - e, dessa forma, um isolamento. Pois o verdadeiro Magista Negro, é fundamentalmente um forte individualista que considera a sua própria companhia melhor que a dos outros - a menos que os outros possam ser úteis de alguma forma. Ou seja, não há nenhuma dependência de qualquer tipo, especialmente emocional, em relação a qualquer indivíduo ou indivíduos. Logicamente, é isso que o novato se esforça para alcançar. Não é possível alcançar isso rapidamente - ou somente pela "vontade". Pelo contrário, trata-se de um processo cumulativo - uma mudança alquímica, uma reorientação da personalidade, e tais mudanças levam tempo. 

No caminho sinistro septenário, essas mudanças ocorrem durante o estágio de Adepto Externo e são um prelúdio necessário para o Ritual de grau de Adepto Interno. Um dos aspectos mais importantes desta mudança é o que envolve a companhia - o envolvimento emocional inicial vai mudando gradualmente, deixando de ser uma dependência para se tornar uma parceria - um entendimento mutualmente evoluído; a paixão (sexual e emocional) que o novato possui transforma-se em maturidade. 

A arrogância do Magista Negro não é vazia: não é uma postura. Pelo contrário, ela surge de dentro: a partir do conhecimento e do discernimento que o próprio novato adquire de si-mesmo - ao ter tido êxito em ambos os sentidos, pessoal e mágicko. Através dos objetivos mágickos e práticos definidos para os novatos, eles desenvolvem a autoconfiança, o orgulho e a arrogância verdadeiramente satânicas. O  treinamento e a obtenção desses objetivos práticos geralmente levam o novato ao limite de resistência física e mental - e isso forma o caráter de uma maneira específica [ou derrota o novato, que desiste e deixa a auto-ilusão triunfar - “Eu não preciso de nada disso: isso é tudo ultrapassado ou não me serve; Eu já conquistei o suficiente... - ou ele abandona a busca mágicka e talvez, para mais tarde, tentar outro “método” (que seja mais fácil) ou encontrar outro “professor”].  

Inicialmente, essa arrogância é superficial e expressa por modos, atitudes e até mesmo na aparência. Mais tarde, quando o Adepto a alcança, ela torna-se oculta - exceto nos olhos e no carisma que caracterizam um Magista Negro. Muitas vezes, a manipulação inicial é externa - um complemento para a magia externa - posteriormente, ela se torna “interna” (relacionada aos objetivos internos do Adepto Externo) e mais tarde ainda, aeônica (atada às energias acausais e supra-pessoais). [qv. No Deofel Quartet há exemplos de vários tipos apropriados para Iniciados e Adeptos Externos.] 

Tradução: Yogamaya Purnamasi Devi Dasi
Revisão: AShTarot Cognatus

- Ordem dos Nove Ângulos -

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