terça-feira, 16 de junho de 2015

Yashoda-lila

“E quem é o macaco, mamãe?”

“Como assim seu patife? Você sabe quem é! Fale-me você quem é o macaco!”

 “Hanuman! Hanuman! Hanuman!”

Com esta declaração de sua resposta, o jovem menino retorce seu rosto (expressando alguma emoção obscura que somente aqueles muito novos podem entender de verdade), aperta o tecido brilhante do sari de sua mãe mais e corre rapidamente para fora do sofá, pelo corredor – e para fora da porta.
Por um breve momento entre a ação da porta sendo aberta e então batendo para fechar novamente, os sons vindos de fora emanaram de maneira fluida pela casa...
 As crianças rindo, o som de brahmacharis (monges) trabalhando com suas motosserras ao redor do novo mandir (templo) de Srila Vishnupada, e o soar da concha anunciando o inicio do arati da noite (cerimônia de adoração) no templo reunindo a todos em um coro unificado e singular.
E então, a porta fecha, bloqueando todas as atividades além dos perímetros da casa, todas essas emanações cessaram de maneira brusca. No lugar disso entra o silencio inebriante e aquático da noite que era dolorosamente familiar ao menino da mãe, que era chamava Kaitlyn; mas que agora era chamada mais de “Mãe Yashoda” desde sua iniciação como discípula de Srila Vishnupada vários anos atrás.
Yashoda olha para a ilustração que ela e seu filho estavam examinando. No desenho, Hanuman (o devoto da Suprema Personalidade de Deus com rosto de macaco) ajoelhado no meio de uma floresta noturna etérea, suas mãos prostradas em respeitosas reverencias diante do Senhor Ramachandra. A estranha beleza da pele verde do Senhor Rama é quase que intoxicante. É essa mesma atração que a trouxe ao movimento há muitos anos atrás, quando ela era ainda somente uma estudante de faculdade do centro-oeste tentando duramente se adaptar à Mile-High City (Denver). Nesse período de tempo, Srila Vishnupada ainda não tinha se tornado Stryadhisa Maharaja – mas era simplesmente Stryadhisa dasa, um brahmachari com vários anos de experiência na vida de ashram (monastério).
Kaitlyn estava em Denver somente por pouco mais de seis meses quando ela encontrou os devotos pela primeira vez. Ela deixou sua casa imediatamente depois do colegial – se despedindo do que ela via como sendo sua cidade-pequena e seus pais de mentalidade fechada – mórmons fundamentalistas estritos, colonizando a terra austera “com militância, para Jesus” (uma frase que foi cauterizada em sua mente em mais de uma ocasião durante as “conversas disciplinadoras” de seus pais com ela e sua irmã.)
Sua criação somente serviu para pavimentar ainda mais sua tendência rebelde inata para qualquer autoridade. Ela, diferente dos contemporâneos freqüentando a universidade, não estava interessada em “lutar contra o sistema” através do que ela via como uma miríade de perfeitamente irrelevantes “reuniões de interesse do campus”.
 Ela estava consciente dos seus próprios poderes de manipulação e, embora praticasse em arenas pequenas e insignificantes (pelo menos no começo), ela já havia testado suas habilidades em cada oportunidade que aparecia.
Mãe Yashoda sorri para si mesma, se lembrando desses primeiros dias durante sua conversão. O templo que ela fazia serviço era relativamente liberal (em comparação com alguns) e a ela foi proporcionada a oportunidade de se esgueirar com Stryadhisa para conversar um pouco durante seus grupos de sankirtan (canto congregacional).
 Uma bhaktin (devota não iniciada) solteira e um sênior brahmachari (ou qualquer brahmachari!) poderem ter qualquer tipo de conversa particular, é algo que não se ouvia falar nem mesmo em um templo ´liberal` - mas tal como era, as autoridades do templo não sondavam profundamente os assuntos de Stryadhisa Brahmachari ou Bhaktin Kaitlyn; e por uma boa razão. Ambos Stryadhisa e Kaitlyn eram inigualáveis no reino da distribuição de livros do grupo de Sankirtan. Eles receberam fama nos relatos da BBT (editora Hare Krishna) e a sua reputação no templo (sem mencionar suas finanças) aumentavam grandemente pelo feito desses dois jovens e ambiciosos devotos.

Quando em sankirtan espalhando a misericórdia de Krishna, Stryadhisa abordava os karmis (materialistas) com a perícia de um especialista; cegando-os com sua refulgência intelectual. As vezes, os karmis que pareciam particularmente hostis no começo iriam ser vistos minutos mais tarde andando de Stryadhisa com uma expressão de espanto – carregando um conjunto de livros caros e de capa dura em suas mãos.  Essas travessuras pitorescas de sankirtan eram, geralmente recontadas pelos devotos ao redor de copos de leite quente adocicados com açúcar e puris a noite, logo começaram o rumor de Stryadhisa Brahmachari ser abençoado com “misteriosos poderes de persuasão”.
O sucesso de Bhaktin Kaitlyn em encher os cofres do templo foi um pouco diferente ainda que pouco mencionado oficialmente em um movimento onde “eu não sou esse corpo” é freqüentemente frisado como uma máxima oficial.
Kaitlyn era de uma beleza atlética e ágil – com cabelos loiros nórdicos, longas pernas e curvas em todos os lugares corretos. Combine esses atributos admiráveis com o vestuário exótico do sari, jóia do nariz, pulseiras e alguns dos ricos homens de negócios do centro da cidade de Denver iriam parar qualquer coisa para gastar outros vinte e cinco dólares por algum livro sagrado Védico em troca de um pouco mais de sua presença.
Desde cedo, Stryadhisa e Kaitlyn eram “o time dos sonhos” – eles eram o tipo de devotos que outros devotos eram encorajados a imitar. Eles levavam o templo às alturas com seu mundanismo sagaz combinado com o que parecia um entusiasmo limitado pelos aspectos esotéricos do serviço devocional.
Se não fosse abençoada com o néctar da associação intima de Srila Vishnupada obtida antes, pensava Yashoda, ela não teria permanecido na Sociedade.
Através de estimulantes monólogos em vários tópicos, Vishnupada levou suas percepções do Gaudiya Vaishnavismo além dos padrões da fé e ofereceu a Yashoda uma forma de seguir o caminho de Volta ao Supremo de uma outra maneira.

Ela aprendeu a andar no fio da navalha entre rendição total as forças de Radha-Krishna e uma determinação implacável para ascender no causal e acausal. Estes pensamentos de Yashoda foram repentinamente interrompidos, quando Parashurama Dasa entrou.

“Hare Krishna, Parashurama Prabhu!”

“Haribol, Mãe Yashoda!”

“Como está indo o trabalho na nova casa de Srila Vishnupada, prabhu?”
“Ótimo! Simplesmente fantástico! O design tetraédrico da construção é maravilhoso... e os afrescos de reprodução das imagens do Senhor Nrishimha e Senhor Kalki de Jadurani Devi Dasi nas paredes no interior! Ual! Srila Vishnupada deve ser muito querido ao Senhor Krishna, é tal raro de encontrar uma alma liberada como ele!”
O rosto de Parashurama estava saturado de suor e as veias desse homem musculoso trabalhador estavam proeminente inchadas. O aposento estava repleto com as emoções elétricas do fanático.
Uma catarata fantasma passou pelos olhos de Mãe Yashoda – ela foi devagar ao responder.
“Sim, prabhu... nós fomos muito afortunados de ter Srila Vishnupada como nosso mestre espiritual...”
O rosto de Parashurama ficou branco em pensamento, por um breve momento, antes de ele começar a mover de maneira inquieta suas contas de japa.
Ele não pode deixar de notar como Mãe Yashoda, que deve estar beirando os quarenta não aparentava nem um dia acima de dezesseis.

“Uh... Mãe... eu só queria deixar alguma papelada que o secretário de Srila Vishnupada enviou a você.”

“Obrigado, prabhu”.
Parashurama sorriu amplamente, feliz de ter executado um serviço importante e animado de estar em tal proximidade a Yashoda.

“Mãe Yashoda... eu vi Kalki Prabhu lá fora perto da floresta com os outros garotos jovens... ele é um líder!”

 “Sim, meu filho é o filho de Krishna”.

Yashoda olha de sua posição sentada e agarra o braço de Parashurama, e apertando de maneira afetuosa por um momento, e depois soltando.
“Haribol, prabhu”.

“Haribol, Mãe Yashoda”.

Mãe Yashoda olha para a parede, para o espalhafatoso calendário devocional de Bombaim que está pendurado lá.
Faltava somente nove dias para o dia vinte de abril e esse era o aniversário de Kalki. Ela e seu guru maharaja e alguns poucos outros de confiança. Iriam ao sul para celebrar, entre velhos amigos...

Pós-escrito:
1.) Stryadhisa dasa Goswami Maharaja - ´Srila Vishnupada´ foi um dos devotos mais rápidos ao atingir o status de guru iniciador depois de tomar sannyasa. Um sanyassi somente pode se tornar um mestre espiritual depois do seu próprio mestre espiritual “voltar ao Supremo”. O mestre espiritual de Srila Vishnupada desapareceu misteriosamente depois de chegar à Rússia em uma viagem missionária. Vários dias após seu desaparecimento, Swami Vishnupada foi descoberto com um tiro na cabeça, perto da região de Volga. Suspeitou-se de uma seita obscura dos Khlysty, mas ninguém foi preso.
2.) Kalki dasa (filho de Kaitlyn Katrina Kopp a.k.a. `Yashoda´ - pai desconhecido) foi concebido em Agosto de “___” quando sua mãe foi impregnado durante uma re-encenação clandestina de dança conjugal de Shri Krishna e de Seus passatempos com as gopis principais, em um local não divulgado em algum lugar entre a Carolina do Norte e Georgia. Dança do crepúsculo – homem pintado de azul.
3.) Uma versão do rito dos Nove Ângulos executado na mesma noite de Agosto de “___”yf. Após nove meses, “Kalki dasa” nasceu de Katrina Kopp. Seu aniversário é dia 20 de abril. Referencia ONA MS. ´Palavras de Vermiel
4.) Srila Vishnupada é um agente da TOB e é o Falcifer.
5.) Yashoda é Azanigin.
6.) Kalki é Vindex.
7.) Yashoda está se alimentando vampiricamente de Parashurama durante a conversa. (nota “drenando” seguido por uma “chuva de misericórdia” – Yashoda é uma vampira avançada i.e. “morto vivo ambulante.”

VELTON VINDEX
Tempel ov Blood
115yf eh

Retirado de “Contos de Influencia Sinistra (Tales of Sinister Influence)"

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