terça-feira, 7 de novembro de 2017

Revelação Satânica


Revelação Satânica 
ONA, 1994eh. 


[ O que se segue foi extraído de uma carta escrita por um membro da ONA a um inquiridor. Tal conteúdo é aqui reproduzido por revelar a real natureza de Satan e do Satanismo, e contesta as alegações daqueles que não compreendem o genuíno significado esotérico do Caminho Sinistro.]  

Há vários anos, em diversas cartas pra David Austin [Temple of Set¹] e para outros, Stephen Brown explicou que ser adversário era uma das razões pelas quais a ONA publicou vários artigos para contestar o que tinha se tornado a versão/visão “reconhecida” sobre o Satanismo. Essa versão “aceita” é a que foi promulgada por ambos, Temple of Set e a Church of Satan². Nós, na ONA, sabíamos que essa versão era basicamente uma imitação ou um pseudo-Satanismo,  um brincar de ‘mago’ por pseudo-intelectuais pretensiosos ou por aqueles sem nenhum conhecimento ou compreensão real, e portanto, sem nenhum caráter pessoal real. Esses dois grupos, seus membros, e outras imitações deles, tem tentado fazer o Satanismo manso e seguro, com muita conversa, muitos escritos, e muitos “rituais”. Porém, havia muito pouco ou nenhum Satanismo, sinistro ou ações sombrias sendo realizadas no mundo real.   

Para conter esse pseudo-Satanismo nós publicamos e disponibilizamos vários artigos e manuscritos – não especificamente para “ensinar” alguma coisa ou até mesmo para ganhar membros, pelo contrário, o fizemos para produzir controvérsias; para gerar uma reação. Essa é a dialética da mudança: tese-antítese-síntese; ying-yang-Tao, seja qualquer nome que tenha; o processo é o mesmo. Portanto, uma versão “alternativa” do Satanismo foi exposta, e uma história ou mythos³ “alternativo”. Coube e cabe a cada um, e todo indivíduo que leia nosso material, ou aqueles que entram em contato conosco, que façam as coisas por si mesmos. O esforço; o desafio é deles e somente deles. Tais coisas – como as próprias palavras (ou até mesmo a matemática) – foram e são meios, que devem ser usados para ir além deles. Aqueles que possuem a habilidade de ver ou entender o real intento/propósito por trás de tais coisas, [e aqueles que muitas vezes “leem as entrelinhas” ou percebem que existem algumas coisas que nós não dissemos] podem ir adiante, e realmente começar uma verdadeira jornada pelo Caminho da Mão Esquerda, e então desenvolver a si mesmos e talvez contribuir para a evolução.  Aqueles que não conseguem ou não podem ver ou entender, são irrelevantes de qualquer forma. A atual “verdade” ou “realidade”, por exemplo, os mythos/derivados/histórias propostos por nós, são irrelevantes. Uma das coisas que são importantes sobre tais coisas, é que são “alternativas”. Aqueles que não conseguem entender isso são irrelevantes.
Parte da nossa repulsa por grupos como Temple of Set é por conta do tipo de mentalidade desses grupos – que tentam fazer do Satanismo mais um tipo de religião, com “mandatos infernais”, ou um culto pessoal, com um “líder” idolatrado e endeusado. Nós sabemos que isso é a antítese do Satanismo – eles são, de fato, versões Nazarenas do “Satanismo”, assim como seu enervante chafurdamento no “horror”, morte, decadência, egoísmo e assim por diante, o que é frequentemente associado (falsamente) ao Satanismo.

No entanto, todas essas coisas tinham essa intenção mencionada no início. Existem outras razões por trás de outros materiais que foram publicados ou disponibilizados por nós. Uma delas foi oferecer para alguns indivíduos a chance de atingir o grau de Adepto sinistro/Satânico genuíno e além – para dar a eles uma oportunidade de começar e avançar ao longo do caminho, e para que eles não mudem apenas a si próprios mas, pela interação, mudar outros e a “sociedade” em si. Na realidade, para “presenciar” [ou “conduzir”] forças sinistras/Satânicas por meio desses indivíduos por causa das vidas/ações desses indivíduos. Isso foi feito porque nós consideramos que havia chegado a hora (considerado pelo o que chamamos de nossa estratégia aeonica) de haver mais Adeptos na nossa tradição sinistra – além dos poucos que existem até o momento e que sempre foram ensinados individualmente, de Mestre/Senhora para noviço. De fato, ao publicar todo o nosso material, damos a todos a oportunidade de se esforçar e alcançar o grau de Adepto e além. Certamente, poucos irão fazer isso porque o Caminho em si é difícil e perigoso – uma vez que é requerido de cada noviço executar feitos de escuridão no mundo real para que possam ir além das ilusões de "bem" e "mal" e então descobrirem esse equilíbrio dentro deles que é exclusivo de cada pessoa, e que os tornam parte de uma elite. E esse equilíbrio que é a essência do Adepto –  e ainda há vários estágios inclusive até após essa conquista. Naturalmente, alguns que tentam jamais alcançarão isso – eles podem acabar desistindo, derrotados pela sua fraqueza interna; ou podem se juntar a um outro grupo mais seguro (por ser fácil brincar de mago e pertencer a um grupo como o TOS); ou realmente serem esmagados por forças “sinistras”; ou ainda entrarem em conflito com as várias leis estúpidas do país onde residem, e assim por diante...              

Assim como eu, outros na ONA também atestaram várias vezes: nosso Caminho é muito simples. Não há mistificações, não há “ensinamentos”.  Só há um método que foi comprovado funcionar. Se algum indivíduo quiser testar – ótimo; se não quiser – ótimo também. Trata-se de uma escolha pessoal. De qualquer forma há uma mudança; há uma felicidade; há um “presenciar” das forças “sinistras” nesse planeta; há uma evolução, mesmo que seja lenta.
       
Em respeito as nossas políticas, e coisas similares, como “raça”. Esses são meios, para atingir ou conquistar certos objetivos, que são e podem ser úteis na história de um aeon (ou na criação de um novo aeon) e podem ser usados. O que importa nisso é que tem que haver uma Mudança contínua – a dialética em operação; uma força geracional e evolutiva. Isto é, o presenciar do que nós descrevemos como forças/energias “acausais”. [Em termos convencionais,  pode-se dizer – “Mantenha vivo o apoio ao Príncipe das Trevas]. Não há nenhuma “verdade” abstrata fora de um aeon específico – o que outros  consideram “fatos da história” (por exemplo, em relação a raça) para nós é fundamentalmente irrelevante. O que  importa é o mythos – criar um meio ou muitos meios para mover/motivar outros para que estes façam história, e então mudem a evolução. Nós estabelecemos vários objetivos, cuja conquista irá alterar a evolução, e mudar as coisas para sempre. Para alcançar esses objetivos, várias coisas devem ser feitas, e vários meios devem ser usados. Esse alguém, se deseja criar mudanças evolutivas em larga escala, deve ser prático, e não místico. Acreditar que alguém pode realizar tais mudanças, é bem diferente de realmente faze-las. Requer uma verdadeira sabedoria, um conhecimento  dessas forças/coisas que movem/mudam as pessoas, individualmente e em massa, e que criam/mudam sociedades, civilizações e os próprios aeon. De certa forma, isso tudo é sobre o que é ser um genuíno Mestre/Senhora  – podendo ser muitas vezes (e geralmente é) divertido.
 
Nossos objetivos são nossos. Não estamos preocupados com o passado – alegando que nós existimos há muito tempo, que várias pessoas históricas fizeram parte de nós, e que nós causamos grandes mudanças, ou que fomos responsáveis pela divulgação do conhecimento “esotérico”. Até onde sei, nenhuma pessoa famosa (ou mesmo infame) pertenceu a nós, assim como também não fomos responsáveis por mudanças /eventos históricos de grande escala. Somos apenas um número pequeno de indivíduos discretos, cuja maior parte trabalha de forma reclusa para alcançar o que agora entendemos como sendo o grau de Adepto, e além. O que realmente nos interessa é o futuro. Se eu estivesse inclinado a ser dramático (e eu raramente sou) diria que iremos ou podemos trilhar destinos reais no futuro pelo potencial dentro de alguns indivíduos para criar e fazer com que este destino real exista agora. – como uma consequência da evolução, da história, das civilizações que existiram antes. Certas possibilidades existem agora, pela primeira vez em nossa evolução como espécie. Se isso será realizado ou não, é outra questão – mas um dos nossos objetivos é tentar, e efetivamente fazer isso. A respeito disto, todos os outros grupos “satânicos” são irrelevantes, pois eles não sabem nenhuma dessas coisas e, portanto, não têm nenhuma visão sobre o que (ou quem) "Satan” realmente é.
         
O que tudo isso significa é que não usamos ideias, jargões, termos, "histórias", métodos ou o que quer que seja, de outros. Não há um ponto de referência para nós, no Caminho da Mão Esquerda, porque somos únicos e genuinamente independentes. Nós somos um todo coerente, que não pode ser comparado com nenhum outro grupo. Nossas ideias, métodos, jargões, termos, “história” e assim por diante se insinuarão no tecido desta sociedade e de outras sociedades. Na verdade, isso já está ocorrendo. Além disso, haverá mais singularidade – isto é, mais criatividade de dentro. Novos desenvolvimentos que também funcionarão, ocasionalmente de maneira bastante lenta (décadas, e ocasionalmente séculos), no "mainstream", produzindo assim mudanças, às vezes por conta da dialética adversária da mudança. Existe e existirá também um verdadeiro presenciar das energias criativas e acausais pelo próprio fato de nossa existência e desenvolvimento contínuos.

Notas:
¹ Temple Of Set [TOS]: Trad: Templo de Set: Organização religiosa do Caminho da Mão Esquerda.
² Church Of Satan: Trad: Igreja de Satã: Organização religiosa satânica.
³ Mythos: Conceito da psicologia analítica que define: “ O Mythos de uma sociedade proporciona um contexto que dá sentido a seu cotidiano; e dirige sua atenção para o eterno e o universal. Estando enraizado no inconsciente”. 

Tradução: Kaligula Runavigonark
Revisão: AShTarot Cognatus
Revisão do português: Yogamaya Purnamasi Devi Dasi

- Ordem dos Nove Ângulos -

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